segunda-feira, agosto 14, 2006

Because im a girl

Clipe com uma história maneira, recomendação do Silvano Sebun!

A Liberdade Religiosa desrespeitada... Máfia Crente.

Amigos, isso mesmo, vocês 3 que cismam em ler esse meu blog.
Estava lendo no Blog do Philipe, esse post AQUI!.
Inclusive postei um coment lá que dizia assim...

"Philipe, esse SAC da Barca e nada é a mesma coisa... já passei pelo que vc passou com a cantoria milhares de vezes, é um saco... Um total desrespeito a fé alheia, além é claro de ir contra a vontade própria do cidadão.
Constituição Brasileira:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, À LIBERDADE, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias; [...].
Aí eu penso, eles tem a liberdade de pregar então em seus templos, não na porcaria da Barca!!!!!

Olha isso...
"O Tribunal de Justiça do Paraná define de maneira sóbria o direito que ora é retirado da sociedade brasileira, com o seguinte acórdão:

O direito constitucional consagrado da liberdade de consciência e exercício pleno da prática religiosa só pode sofrer restrição do Poder Público, caso os cultos, pregações ou cânticos contrariem a ordem, o sossego e a tranquilidade públicos [...] (TJPR 1ª Câmara Civil - Apelação Cível n.º 24.267 - Rel. Des. Oto Sponhoz - Publicado no DOE 8 fev. 1992)."

Ou seja, eles pertubam seu sossego, haja visto que eles não estão em seu local de culto, e indo contra o seu direito à liberdade de idéias, e de seu direito à liberdade de culto. É crime!!!!!
As barcas tinham que ter ciência disso!"

Depois disso tudo, vamos ao que tenho a relatar... e as conclusões que tirei.

Na época em que a barca era o meu meio de transporte "oficial", mais de uma vez, presenciei a cena que o Philipe descreve em seu post no link acima... sempre um saco...
Tinha inclusive uma velha baixinha, que assim que a Barca começava a dar ré, ela se levantava e lá vinha a Bíblia, tinha um cara magrelo, com mais cara de sofredor que o "Seu Madruga" que distribuia uns papeizinhos. Eu odiava aquela velha!
Sendo que algum tempo depois, quando passei a ter que ir para o trabalho de ônibus:

Quando pegava o ônibus 730D, para ir ao trabalho, uma looooooonga viagem, que começava em Santa Rosa, passava pelos bairros do Cubango e Fonseca, até chegar a ponte Rio x Niterói, em um certo dia (ainda não o fatídico), sobe um senhor no ônibus, vestido de maneira normal, nem muito simples, mas também não estava usando o famoso "terninho", sentou-se na frente do ônibus. Eu como de costume, pegava o ônibus ainda vazio e já me ajeitava para ir babando com a cara enfiada contra o vidro da janela. O Velho subiu uns 5 pontos depois, já no Cubango, mas o ônibus ainda tinha lugares. Desde que se sentou, sua voz alta, já ia acordando todos que já tinham conseguido cochilar, e prendendo a atenção dos demais. Falava de tudo que passava na telha, e procurava nos assentos mais próximos alguém para "puxar um papo". No começo algumas pessoas deram trela para ele, mas mesmo quando esses paravam de encará-lo, ele os cutucava. O ônibus já estava no fim da Alameda São Boaventura, lotado, quase subindo à ponte, e o velho então, dispara a falar como uma metralhadora, e com a voz ainda mais alta. Como tenho um sono leve, não tinha pregado o olho, e estava com um mau humor dos Infernos! Quem tava conseguindo dormir com o barulho acordou.
Eis que nossa Nau motorizada, galga os primeiros metros da maldita e engarrafada Ponte, e eis que o "ancião insano", arremete de sua axila algo preto, e se põe de pé... achei que era algum louco querendo sequestrar o ônibus, mas não, e creio que a minha idéia, por mais absurda que fosse era melhor que o que ocorreu, o objeto, era uma Bíblia, o homem começou a pregar, aos berros agora, com certeza deixando surdos os mais próximos, e não deixando ninguém pregar os olhos ao longo de toda a ponte. Assim que o ônibus começou a descer a ponte, próximo ao Jornal do Brasil, o imbecil gritou um brado de aleluia, e insistia em querer entregar "santinhos" a todos que desciam do ônibus.

O DIA D!

Pois bem amigos... novamente, o amado Tio Preda, despedesse de sua amada esposa, e se prepara sonolento para mais uma árdua e longa viagem para o trabalho. Já estava indo de encontro ao ponto, no horário de costume, onde já conhecia o motorista e o cobrador de um dos benditos 730D que me levavam diariamente ao trabalho. Naquele horário, geralmente o trânsito era menor, e minha viagem mais curta, mesmo assim, eu ia babando com a cara contra a janela do ônibus, até o meu ponto.
Eis que sobe um senhor deficiênte, sem uma das pernas (prótese), no ônibus e se põe a falar alto, e quando não encontrava quem lhe desse atenção, falava sozinho... Ei, conheço essa história, deja vu??? Tomei todas e estou rescrevendo o parágrafo de cima todo de novo?
Não, estava se repetindo, outro velho, mas foi a mesma história. Não deixou ninguém dormir, até a ponte, e começou a pregar aos passageiros, com um bolso cheio de panfletos.
Meu dia logo começaria com um imenso mau humor, tava com vontade de trucidar minha sombra. Naquele dia, nem pensei em hora extra, deu meu horário, corri para o metrô e peguei uma barca para não arriscar, como sou burro.
Repetindo velhos hábitos, esperei a primeira lotada sair do atracadouro, e fiquei ali "na marca do penault" esperando a próxima, para claro sentar lá atrás, do andar de cima, e vir fumando meu cigarrinho, relaxado, sentindo a brisa na cara.
Entrei na barca, sentei-me lá atrás do segundo andar, abri a janela, acendi meu cigarro, braço para fora, o que estava para dentro continha ainda o restante de uma das duas Skolzinhas geladas que tinha comprado enquanto a Barca anterior lotava, a outra já era história. Cabeça leve... iria para casa, trânquilo, e em menos de 45 minutos, estaria com minha esposa, meu gato perturbado, vendo um DVD, enquanto jantávamos. A Barca começou a sair...
Daqui a pouco, levanta um paraíba de 1 metro e meio, com cara de retardado, com uma bíblia na mão... meu olhar já deve ter sido de puro ódio para aquela figura, e era impressionante, como a voz do desgraçado dos infernos era potente.
Fiquei bufando, com a cara enfiada para fora da janela, não queria ouvir um aleluia daquele desgraçado, que parecia ter uma bela plateia o incentivando... platéia? Sim, várias pessoas respondiam ao Aleluia dele...
Porque não peguei a barca anterior... porque não voltei de ônibus?
Eis que alguém me dá um tapinha no ombro, quando olho, um palhaço de azul e o chapeuzinho do Popeye, era um dos marujos da Barca, me avisando que era proíbido fumar ali... só era permitido agora no andar de baixo. O que? Ná área mais fedida da barca?? Agüento ficar sem fumar... ou acendo outro quando ele não estiver olhando, dane-se... eis que os crentes se põe a cantar, todos, com direito a violão, e uns 4 moleques, saem distribuindo panfletos, quando o muleque tentou me dar um, meu olhar de ódio estava tão intenso, que ele preferiu passar para a fila de trás. Mas o otário do meu lado pegou, tinha alguma passagem da bíblia escrita, o nome da igreja e o endereço e horários de culto. O pastor tinha falado uns lances que tão na Bíblia que eles tinham que converter gente para "A Palavra do Senhor" e coisa e tal... aquele papo manjado que eles usam de desculpa para nos pentelhar.
Após de 20 minutos de puro extâse orgásmico, para os fanáticos religiosos, e um verdadeiro inferno astral para mim, e com certeza 50% dos passageiros que foram sodomizados pela porcaria que saía da boca daquelas criaturas, a barca atracou e eles se dirigiram em "bando" para a frente da barca, para desembarcarem.
Desci depois deles, pela mesma escada, a da frente, que está escrito em letras grandes, que é PROIBIDO O COMÉRCIO DE AMBULANTES E PREGAÇÕES RELIGIOSAS!
Desgraçados malditos!
Quer dizer que o meu cigarro do lado de fora da janela é proibido, mas a pregação e a cantoria não?!
Eis que para completar, uma rodinha já armada na saída da estação das barcas, dificultando e tornando lenta a saída das pessoas que se acutuvelavam para passar por eles, que adicionaram a seus membros o pessoal que estava na minha barca. Isso mesmo, estavam na anterior, e ficaram ali, esperando o restante. E eis que tinham até microfone e caixa de som, que o baixinho com cara de mongól fez questão de pegar para voltar a repetir aquela ladainha que o Senhor mandou converter blábláblá.

Então pensei... Eles não ligam para as leis, nem o direito individual do cidadão, porque para eles a conversão ($) é o prato principal, e estão protegidos pela lei de Deus que é superior à do homem... lêdo engano, próprio Jesus respeitava às leis do homem... "a Cesar o que é de César".
Em um ônibus que passa pelo Cubango, que é um bairro humilde, e pelo Fonseca, que além de contar com 2 favelas, ainda pega gente de outros bairros humildes de Niterói e São Gonçalo, o desgraçado, espera a ponte, onde as pessoas não tem alternativa de fuga, para pregar. O alvo são aqueles que querem emprego, os com pouca instrução, etc. As vítimas perfeitas para seu bote, os seus cordeirinhos em busca de salvação.
Outra parte da estratégia, é não deixar que ninguém durma, mas pelo horário, todos estão em um estado de sonolência, e mais receptivos às mensagens deles.
Na volta para casa, na barca, idem, cansados, tristes, desempregados, etc, as pessoas estão em um estado mais sensível.
Mas ao fazerem isso, sem me dar escolha de não ouví-los, ao transformarem em um cárcere privado o meio de transporte, eles violam cláusulas pétras da Constituição Nacional.
O primeiro, inclusive se impondo na saída da estação, é o meu direito de ir e vir. Mesmo dentro do ônibus ou barca, quando eles "atacam" quando não há alternativa de fuga, eles estão indo contra meu direito de ir e vir, porque eu quero ir SOSSEGADO e vir SOSSEGADO.
Pois bem, eu tenho direito a livre expressão, eles tem, isso é inegável, e eles podem se expressar, a vontade, só que não desrespeitando o meu direito ao descanso, e a minha liberdade religiosa, afinal, o que eles querem é tolir a Liberdade de pensamento daqueles à sua volta e impurrar seu dogma guela a baixo, tornado-os um bando de fanáticos. Inclusive, a constituição lhes dá o direito de culto em seus templos, e não aonde perturbem a paz.

Para resusimir, àqueles que tanto falaram em Deus, mandaram o meu dia para o Capeta!